Como um rolinho de pepel higiênico pode se transformar em uma corujinha?
Dentro do Projeto temático do 1° semestre - "MEIO AMBIENTE: conhecer para preservar" - a professora Cristiane desenvolveu com as crianças uma atividade de reaproveitamento de materiais, usando rolinhos de papel higiênico para construir corujinhas e borboletas. Teve como objetivo não apenas o produto final, mas um processo onde a criança pudesse experimentar suas capacidades e habilidades, percebendo-se como alguém capaz de produzir trabalhos muito bonitos!
A seguir, um registro reflexivo da professora:
"Durante as conversas e atividades ministradas na
sala de aula observei que algumas crianças diziam que não sabiam fazer e o que
faziam era feio. Isso ocorreu várias vezes, e tinha criança que realmente não
queria fazer a atividade. Tive que pensar e repensar uma maneira de despertar nelas a
vontade de fazer mesmo não sabendo, pois se aprende fazendo. Começamos a
cantar uma música: “Minhas mãozinhas trabalham bem, pintam e desenham como
ninguém, fazem os trabalhos com perfeição, junto as minhas mãos!”. Também fizemos exercícios com as mãos para ficarem bem flexíveis e
podermos brincar e fazer as atividades. Deu certo! Agora quando vamos fazer
alguma atividade cantamos essa musiquinha. Antes algumas crianças viam as
maiores executarem as atividades com maior facilidade e perfeição, aí começou o
meu dilema. As crianças que não sabiam fazer as atividades pediam para os que
sabiam, fazê-las por elas. Achavam que estava melhor do que o que elas
faziam, ou seja, a autoestima delas estava baixa. Conversamos bastante na roda da
conversa sobre o assunto... Após momentos de atividades que envolviam diferentes produções, eu mostrava à sala os trabalhos e dizia com voz firme e
exclamativa: Crianças vejam que trabalho lindo que ele fez! As
crianças maiores mais do que depressa chegaram perto pediram para ver em suas mãos e disseram com firmeza: é mesmo, está lindo, ele sabe fazer! Com as crianças misturadas em grupinhos multietários, fui deixando bem claro que cada um produz o
melhor de si e que ninguém precisa fazer o trabalho do outro, porque, afinal, como diz a musiquinha, nossas
mãozinhas trabalham bem!
Quando levei para a sala a idéia de confeccionar
as corujas e borboletas tive como objetivo estimular a auto estima das crianças,
para que percebessem o seu potencial e a possibilidade de transformar o que parece
lixo e feio em algo bonito feito por suas mãozinhas, por eles mesmos, apenas
com a minha orientação. Novamente, os maiores
auxiliaram os menores mostrando como eles faziam, porém, sem fazer para os pequenos. Observei que os maiores estimulavam os pequenos sempre dizendo: nossa, você
consegue fazer, ficou lindo!
Gostaria de falar que consegui alcançar o meu
objetivo: despertar nas crianças a auto estima e afetividade mútua. As crianças
do agrupamento AGIII A são solidárias, amorosas, compreensivas e são
verdadeiros artistas, pois, suas mãozinhas trabalham bem, pintam e desenham
como ninguém fazem os trabalhos com perfeição, cada um a seu modo, a seu tempo, mas com dedicação!"
A seguir, um registro fotográfico de um dos dias em que as crianças confeccionaram as corujinhas.